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30 Dias de Gestão do Novo Governo


Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Os acontecimentos e fatos que marcaram o país nesse primeiro mês de 2019 associados às manobras iniciais dos governos recém-empossados nos estados e na presidência da República já dão a tônica do que podem ser os próximos quatro anos para os servidores técnico-administrativos.


Algumas coisas já saltam aos olhos, como a polarização tola e infantil que continua a tomar conta das redes sociais, onde gritos ecoam tanto da esquerda como da direita. Análises sobre eventos complexos e repletos de nuances são realizadas, levando a soluções simplistas, fruto do maniqueísmo míope que afeta a sociedade brasileira. E essa mania de tratarmos os problemas mais complexos com um recorte que privilegia sempre um campo ideológico não nos deixa perceber a decadência dos Estados, em termos econômicos e sociais, nem mesmo das instituições, moralmente falidas, sem oferecer respostas adequadas aos problemas.


A não resolução dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a ameaça de morte ao Deputado Marcelo Freixo, a saída de Jean Wyllys do país, com sua renúncia ao mandato de deputado federal, e a possível relação promíscua do poder público com as milícias cariocas escancaram a crise de nossas instituições e contrariam a fala do ministro da Justiça Sérgio Moro, em Davos, referindo-se ao caso Flávio Bolsonaro: “Não me cabe comentar sobre isso, mas as instituições estão funcionando”. Os exemplos acima mostram o oposto.


Não poderíamos deixar de relatar aqui também o trágico crime ambiental de Brumadinho que ceifou a vida de centenas de pessoas até o momento, além de gerar incomensuráveis danos ambientais, econômicos, sociais, psicológicos e de toda a ordem. Esse lamentável episódio soma-se ao crime de Mariana, ambos cometidos pela empresa Vale, mas com a participação direta do poder público e com o envolvimento de grande parte dos partidos, mostrando mais uma vez a falência dos modelos de política propostos nas últimas décadas.


E o cenário não tende a melhorar, uma vez que, se verificarmos os planos de governo, vamos nos deparar com a proposta do presidente Bolsonaro, na qual a questão ambiental é citada uma única vez, além de apoiar a flexibilização das licenças ambientais para as mineradoras, incluindo o autolicenciamento.


Voltando agora o olhar sobre as nossas vidas, enquanto servidores públicos, algumas notícias trazem extrema preocupação, como a Reforma da Previdência, a questão da reforma administrativa do Executivo e principalmente a sinalização do governo de não respeitar a escolha de reitores pelas Instituições Federais de Ensino. Vemos ainda, no cenário mais amplo do serviço público, um ataque sistemático dos meios de comunicação e do governo aos servidores públicos, descritos como os grandes responsáveis pela crise fiscal que assola municípios, estados e a própria União.


Atentos a esses fatos, percebemos ainda que somos uma sociedade desinformada e pouco criteriosa na busca da verdade, o que demanda de nós servidores públicos uma ação vigilante junto à opinião pública, com o objetivo de esclarecê-la por meio de informações verídicas a respeito de nossa carreira. Diante dessas gestões que só enxergam saídas para crise na classe trabalhadora, sejamos fortes e coesos na manutenção dos direitos e contra toda forma de perseguição injusta e descabida.




Direção Executiva SINDS UFSJ

em 08/02/2019


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