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APÓS CAPACITAÇÃO, SERVIDORES PROPÕE COMISSÃO DE GESTÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA UFSJ

Atualizado: 10 de ago. de 2020


A instrutora Simone Azevedo é jornalista, especialista em Gestão Pública e mestra em Política Social.

Durante quatro semanas, o Sinds-UFSJ ofereceu o curso de capacitação em “Gestão de conflitos e proteção do servidor na universidade”. Além de mapear os principais conflitos presentes nas relações de trabalho das categorias, ao final do curso foi criada uma proposta de resolução de gestão de conflitos e enfrentamento de violências no âmbito da universidade.

“Esse foi o grande diferencial do curso, que foi um curso com uma proposta de criar um produto concreto”, salienta a jornalista, especialista em Gestão Pública e mestra em Política Social, Simone Azevedo.

Azevedo foi a instrutora do curso de Gestão de Conflitos e destaca a importância do engajamento dos alunos na construção e no resultado do curso. “A turma discutiu sobre os conflitos mais vivenciados e mais recorrentes na universidade, identificou os principais conflitos que ocorrem no âmbito da UFSJ e estudou também ferramentas e sistemas de ações”, ressalta a profissional.

O curso foi pensado para, democraticamente, abordar as questões de conflitos e assédios, físicos e morais, entre todas as categorias da universidade. No entanto, é fácil perceber como as desigualdades de gênero e raça, por exemplo, e a hierarquia nas relações de trabalho permeiam o debate.

“O curso identificou uma série de conflitos vivenciados na universidade. Na realidade específica do contexto universitário, foi identificada uma extrema hierarquização e uma desigualdade de direitos e deveres entre técnicos e docentes”, destaca Azevedo.

A proposta de resolução criada no curso será apresentada às instâncias da universidade para que venha a ser debatida a criação de uma política de enfrentamento às violências na UFSJ.


Reconhecimento do problema

Para a assistente em Administração, Adriene Carvalho, uma das responsáveis pelo oferecimento do curso, trabalhar este tema é reconhecer a existência dos conflitos, assédios e violências nos ambientes organizacionais e mostra a toda a comunidade acadêmica como esses comportamentos afetam negativamente a vida do servidor.

“É de extrema importância a iniciativa do Sinds de promover um curso em Gestão de Conflitos, pois abre-se a possibilidade de propor uma política macro institucional, em que a criação de uma Comissão de Gestão e Mediação de Conflitos seja apenas uma das ferramentas outras que poderão surgir para garantir o bem estar do servidor em seu local de trabalho”’, afirma Carvalho.

Impacto das violações

O impacto dessas violações e conflitos na vida pessoal e no trabalho do servidor é claro. O psicólogo na Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PROGP/UFSJ), Rafel Ribeiro, conta que decidiu participar do curso justamente por tratar em seu trabalho de conflitos entre “servidor e chefia”.

“Eu, particularmente, gostei muito da dinâmica do curso e do texto que foi produzido. Se em algum momento abrir outra turma convido todos a participarem, seria muito legal”, afirma o psicólogo.


Espaços imprescindíveis

Outra participante do curso, a assistente em Administração Fernanda Fonseca também acredita que a discussão desse tema e a criação de espaços para o servidor relatar suas experiências são imprescindíveis na universidade. “Essa questão do conflito precisa ser trabalhada dentro da instituição, porque identificando o problema a gente consegue evitar e amenizar essas situações”, acredita.

Durante dez anos, Fonseca realizou uma pesquisa sobre a alta rotatividade de funcionários no setor onde trabalhava. Na conclusão de seu mestrado em Administração Pública, foi constatado que as relações hierárquicas influenciam diretamente na troca de servidores. “Eu trabalhei nesse mesmo setor em duas universidades diferentes, então não é uma questão de pessoas e sim das relações de trabalho estabelecidas mesmo”, alega a servidora.

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