
O SINDS-UFSJ, seu Comando Local de Greve e Mobilização, a Diretoria e suas funcionárias foram surpreendidos pela retirada arbitrária de duas faixas colocadas nas fachadas do prédio do sindicato, no Campus Santo Antônio, na última quarta-feira. As faixas, que foram uma ação doComando de Greve para a Campanha Salarial de 2022, questionavam o custo de ter elegido Bolsonaro em 2018, trazendo dados sobre as mortes na pandemia, áreas de florestas devastadas, cortes orçamentários na educação e a alta da inflação.
O Comando Local de Greve e Mobilização do SINDS-UFSJ vem, por meio desta nota, declarar seu repúdio ao excesso realizado por um setor específico da gestão que determinou a retirada, quarta à tarde, e posteriormente comunicou ao Sinds por e-mail. Não houve qualquer notificação prévia da retirada, o referido e-mail chegou depois do feito na manhã de ontem. As faixas só foram devolvidas para o Sindicato no final da manhã.
Em reunião com o reitor, que recebeu o CLGM às 9h30 de ontem, dia 7, houve pedido de desculpas pelo excesso cometido por parte da gestão, afirmando que esse ato não corresponde à política de diálogo da UFSJ e se comprometeu a não deixar que atitudes como esta se repita em qualquer instância contra as entidades representativas da comunidade universitária em toda UFSJ.
Apesar da conversa em tom amistoso, membros do CLGM afirmaram após a reunião que buscarão mais detalhes sobre como aconteceu todo o processo que envolveu a retirada das faixas do prédio do Sinds, afinal a ação é um ataque sem precedentes à liberdade sindical.
Servidores públicos federais do Brasil todo, incluindo os da UFSJ, estão em plena campanha salarial reivindicando uma recomposição que não acontece há 5 anos. Além da falta de reajuste, pesa no bolso do servidor a inflação acumulada no período, resultado das más políticas econômicas e de controle da pandemia no governo Bolsonaro.
Por isso, é essencial que a nossa justa campanha salarial faça as críticas necessárias ao governo federal responsável pela crise que vivemos, e que também demonstra não se importar com a educação pública e seus trabalhadores. Portanto, o conteúdo das faixas é apartidário, mas não deixa de ser um ato político, afinal somos seres políticos.
A censura é um ato de política autoritária, mais um aspecto nefasto desse governo e de seus apoiadores que, nas últimas semanas, têm mostrado sua cara dentro da UFSJ. Não aceitaremos censura na sociedade como um todo e muito menos na Universidade, que deveria ser um expoente da democracia. Por isso, e seguindo deliberação da assembleia de ontem, dia 7, as faixas já foram recolocadas na sala do Sinds.
A luta das e dos servidores técnicos-administrativos em educação é justa e se tentarem nos calar, gritaremos mais alto!