top of page

“SÃO MORTES POLÍTICAS”, AFIRMA SECRETÁRIA DE SAÚDE DE JF SOBRE VÍTIMAS DA COVID-19 NO BRASIL





Velha conhecida da comunidade acadêmica da UFSJ, a secretária dA Saúde de Juiz de Fora, Ana Pimentel, participou da aula inaugural deste 2º semestre letivo remoto, promovida pela Adufsj-Seção Sindical, pelo Sinds-UFSJ e pelo DCE nesta quinta-feira (28), às 19h30, com transmissão pelas redes sociais das entidades.


Professora licenciada do Departamento de Medicina da UFSJ e vice-presidenta afastada da Adufsj, ela abordou o tema "A importância da ciência, do SUS e da universidade pública no enfrentamento à maior crise dos nossos tempos". E foi contundente. “São mortes políticas”, disse ela sobre as vítimas da Covid-19.



A professora começou sua fala com três observações sobre a pandemia. Primeiro, lembrou que essa pandemia é fruto do sistema político hegemônico, o capitalismo globalizado. Depois, ressaltou que a pandemia escancara as desigualdades próprias deste sistema, afetando muito mais os mais vulneráveis do que os ricos.


E, por fim, destacou que as desigualdades escancaradas pela pandemia são observadas também no acesso à cidade. Segundo ela, dentre os principais focos de infecção, estão os ônibus e os pontos de parada, o que resulta no maior grau de infecção entre a classe trabalhadora.


Crise humanitária


Segundo Ana Pimentel, para além da crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19, o Brasil vive uma crise humanitária sem precedentes, já que muitas das mortes registradas poderiam ter sido evitadas se o Governo Federal cumprisse seu papel de liderar o enfrentamento à crise.


Ela denuncia que a pandemia continua em uma fase ascendente de casos, com índice de mortalidade altíssimo, enquanto a solução possível, a vacina, caminha a passos lentos, devido à desarticulação do governo Bolsonaro. “O Governo Federal não assume seu papel na campanha nacional de imunização”, criticou.


A secretária lembra que o Brasil tem um excelente histórico em campanhas de vacinação, sempre com respostas positivas porque possuía governos articulados. “Nós conseguimos imunizar 80 milhões contra a Influenza em cinco meses”, comparou.


Como exemplo da inoperância da União, ela citou a crise da falta de oxigênio, no Norte do País. “São muitos brasileiros que não deveriam estar morrendo”, afirma.


Serviços públicos


Ana Pimentel comentou também as inúmeras ações desenvolvidas pelas universidades públicas e centros de pesquisa do País para minimizar os efeitos da pandemia.


De acordo com ela, eles são responsáveis não só pelo desenvolvimento das vacinas, mas também pela consolidação de tratamentos e procedimentos que ajudam os infectados a superarem a doença, promovem o aquecimento da economia de forma responsável, ajudam as pessoas a lidarem com o sofrimento mental, dentre outros.


Ela ressaltou, ainda, as milhares de ações de solidariedade e redes de afeto criadas e mantidas pelos servidores públicos em todo o País. “A gente tem muitas respostas sociais produzidas para conter a pandemia. Mas neste momento, nós precisamos é de governo (...) Estamos em meio a uma crise humanitária e civilizatória causada pela ausência de respostas (do poder público)”, avaliou.


Sobre o evento


A aula on-line durou cerca de uma hora e contou com a tradução em tempo real para a linguagem de sinais. Foi mediada por Maria Jaqueline de Grammont, presidenta da ADUFSJ, e contou com as participações da coordenadora de comunicação do Sinds-UFSJ, Isabel Pacheco, e da presidenta do DCE, Raquel Camacho.

bottom of page